Quarenta e dois? Como assim?
Faz pouco tempo e eu tava preocupado com minhas notas, pensando no esporro que eu ia tomar ao chegar em casa e contar que tinha repetido de ano!
Quarenta e dois? Ah, sem essa!
Foi outro dia que eu estava absorvendo os ensinamentos dos grandes mestres, Pato Donald e Batman!
Quarenta e dois? Não pode ser!
Ainda há pouco eu estava ouvindo pela primeira vez Ramones e Husker Du, e aprendendo a tocar bateria!
Quarenta e dois? Peraí!
Ontem mesmo eu tava prestando atenção nas pernas daquela garota da minha sala de aula, pensando em como ia chegar nela!
Quarenta e dois? Má que merda!!!
Hoje de manhã mesmo eu tinha acabado de subir ao palco, para agradecer os aplausos no fim naquela peça!
Quarenta e dois? Cáspita!
A dez minutos atrás eu estava enxugando as lágrimas, pensando em como seria minha vida dali em diante, sem meu pai.
Quarenta e dois? Potz!
A cinco minutos atrás eu estava enxugando as lágrimas, pensando em como seria minha vida dali em diante, tendo uma filha!
Quarenta e dois? Opa!
Há dois minutos atrás eu estava mensurando – atordoado de felicidade - como seria minha vida dali em diante, morando em outra cidade, casado e com mais dois filhos!
Pois é; tempo é o que nos acontece, enquanto estamos ocupados com outras coisas.
O tempo da minha pele-e-carne-e-ossos é um; a minha mente tem seu próprio tempo.
Às vezes, vivo como um velho.
Às vezes penso que vou morrer um molecão.
Enfim.
Relógios e calendários? Nem tô.
[Em tempo: este é o post nº 100 desta geringonça! Tá, eu sei, não muda em nada a vida de ninguém saber disso. Nem a minha. Deixa pra lá. ]
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